Pesquisadores de diferentes países divulgaram um estudo que revela a eficácia de exercícios físicos para prevenir e tratar a depressão. A pesquisa analisou 218 trabalhos, envolvendo 14.170 pessoas, e destaca a importância de práticas como caminhada, corrida, ioga, treinamento de força e dança para combater a doença.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo e é a maior causa de incapacidade. O estudo mostra ainda que diferentes tipos de exercícios se adequam a perfis variados de pessoas, com resultados positivos.
Exercícios e Perfis
Caminhadas e Corridas: Eficazes tanto para homens quanto para mulheres.
Treinos de Força: Têm mais efeito nas mulheres e em jovens.
Ioga: Apresenta melhores resultados em homens e em pessoas mais velhas.
Intensidade: Quanto mais vigorosa a atividade, melhor foi a resposta em todos os casos.
O psiquiatra Ricardo Feldman, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que os exercícios desencadeiam a liberação de neurotransmissores, como a endorfina e a dopamina, que aumentam o bem-estar e controlam o humor. Ele também destaca o papel anti-inflamatório dos exercícios, que ajudam a prevenir doenças físicas e mentais, como a depressão.
A educadora física Andrea Camaz Deslandes, da UFRJ, acrescenta que os exercícios também estimulam fatores neurotróficos, promovem a neurogênese e melhoram a neuroplasticidade, além de liberar miocinas, proteínas disponibilizadas durante a contração muscular.
Efeitos Psicossociais
Os exercícios também promovem benefícios psicossociais, como aumento da autoestima, resiliência e criação de vínculos sociais. Por isso, práticas em grupo e ao ar livre, com música, podem oferecer benefícios adicionais.
Quanto Exercitar-se?
A OMS recomenda 150 minutos de atividade moderada por semana para adultos. No entanto, mesmo uma duração menor pode reduzir sintomas depressivos. “Qualquer minuto conta para quem quer começar”, destaca Deslandes, que incentiva mudanças de estilo de vida para ganhos na saúde física e mental.
Os especialistas sugerem escolher uma atividade que proporcione prazer, aumentando a aderência ao treino. Para quem tem depressão, é importante levar em consideração os sintomas e evoluir aos poucos. Feldman orienta que a supervisão de um profissional de educação física e uma rede de apoio formada por amigos e familiares podem ser úteis.