Uma equipe de pesquisadores egípcios e alemães fez uma descoberta em Dashur, Egito, ao desenterrar uma tumba com mais de 4,3 mil anos. Este sítio arqueológico, uma mastaba feita de lama e tijolos, faz parte de um extenso cemitério da era do Império Antigo (2649–2150 a.C.). A informação foi divulgada pelo Serviço Estatal de Informações do Egito em 21 de março.
A descoberta contou com a cooperação da Universidade Pública de Berlim desde 2002, destacando a contínua colaboração entre Egito e Alemanha. Hisham El-Leithy, chefe do Setor de Preservação e Registro de Antiguidades no Supremo Conselho de Antiguidades, mencionou a importância desta descoberta pela riqueza de inscrições e desenhos. Estes detalham atividades diárias como a colheita de grãos, navegação pelo rio Nilo, cenas de mercado e rituais de oferendas, raridades entre as mastabas até então descobertas em Dahshur.
O líder da expedição no Egito, Stefan Seidlmayer, revelou que a tumba pertencia a Seneb-Neb-Af e sua esposa, Idet. Datada de cerca de 2300 a.C., a tumba lança luz sobre o fim da Quinta Dinastia e o início da Sexta. As inscrições indicam que Seneb-Neb-Af ocupou várias funções no palácio real, enquanto sua esposa era Sacerdotisa de Hathor e Senhora do Sicômoro. Seidlmayer expressou o compromisso da equipe em prosseguir com as escavações para descobrir mais sobre essa antiga necrópole.
Desde 1976, as escavações na área revelaram importantes aspectos das eras do Reino Antigo e Médio, incluindo as pirâmides do Rei Sneferu e do Rei Amenemhat III, além de tumbas de estadosmen, sacerdotes e administradores da época.
A documentação e limpeza da tumba e suas inscrições serão foco dos esforços futuros da equipe, conforme indicado por Seidlmayer. Este trabalho preserva o patrimônio histórico, além de também oferecer insights valiosos sobre as práticas sociais, econômicas e religiosas do Egito de milhares de anos atrás. A colaboração contínua entre as instituições egípcias e alemãs promete trazer à luz mais segredos desta região rica em história.