Em uma descoberta no Panamá, arqueólogos revelaram uma tumba pré-colombiana datada de 750 a 800 d.C., desenterrando uma série de artefatos de ouro junto a restos humanos. Esta descoberta, localizada no sítio arqueológico El Caño, destaca uma sociedade antiga até então pouco conhecida, que não era parte do Império Maia.
Líder religioso: o senhor das flautas
A análise dos artefatos e dos restos mortais sugere que a tumba pertencia a um homem de aproximadamente 40 anos, apelidado de “O Senhor das Flautas”. Este líder religioso, diferentemente de outros indivíduos de posição elevada, encontrados no mesmo local, foi enterrado com objetos que destacam a importância da religião em sua sociedade, incluindo flautas de ossos de animais, sinos e não armas ou ferramentas de caça.
Descoberta no Panamá: práticas funerárias e conexões distantes
A maneira única de enterro do Senhor das Flautas, de bruços sobre uma mulher, sugere práticas funerárias específicas e possivelmente uma hierarquia social complexa. Além disso, a riqueza de artefatos de ouro na tumba, incluindo peitorais, cintos, braceletes, brincos e colares, indica não apenas sua alta posição social, mas também possíveis conexões comerciais de longa distância, sugeridas pela semelhança com peças encontradas na Colômbia.
El Caño: centro religioso e necrópole
O sítio de El Caño, onde a tumba foi descoberta, é conhecido por ser um antigo centro religioso e necrópole. As escavações revelaram práticas de sacrifícios humanos acompanhando os enterramentos de indivíduos de alto escalão, com algumas sepulturas contendo entre 8 e 32 corpos. A mulher enterrada com o Senhor das Flautas sugere alguma conexão social, embora não necessariamente um casamento.
Redefinindo a história do hemisfério ocidental
Esta descoberta desafia a noção comum de que apenas grandes impérios como os Maias, Astecas ou Incas dominaram a América Latina. El Caño e o Senhor das Flautas, no Panamá, demonstram a existência de outras sociedades complexas e ricas, oferecendo uma nova perspectiva sobre a diversidade e a riqueza cultural do antigo hemisfério ocidental.