A prisão de La Joyita no Panamá, notória por sua superlotação e condições insalubres, encontrou uma solução em projetos sustentáveis iniciados por Franklin Ayón. Com o apoio da Cruz Vermelha, La Joyita implementou o programa ambiental EcoSólidos, um esquema de reciclagem, e o viveiro Sembrando Paz, destinados a reformar tanto a prisão quanto os prisioneiros.
EcoSólidos: uma mudança de paradigma
O EcoSólidos, idealizado por Ayón, um agrônomo de formação, envolve os detentos na coleta, separação e venda de recicláveis. A iniciativa, que começou como uma maneira de melhorar as deploráveis condições de vida, agora recicla 80% dos resíduos da prisão. O projeto ganhou aceitação das autoridades penitenciárias e dos líderes da prisão, resultando em uma trégua para sua implementação.
Sembrando Paz: crescimento e contribuição
Paralelamente, o viveiro Sembrando Paz utiliza o composto gerado pelo EcoSólidos para cultivar mais de 16.000 mudas. Estas plantas, avaliadas em cerca de $20.000, não apenas promovem a consciência ambiental, mas também apoiam o esforço nacional de reflorestamento, doando 1.500 mudas anualmente para o programa Million Hectares Alliance.
Impacto social e ambiental
Os programas não apenas aliviaram as tensões dentro da prisão, reduzindo brigas e a taxa de reincidência em 20%, mas também promoveram um senso de propósito e orgulho entre os detentos. William Morillo, um ex-detento, reflete sobre seu envolvimento: “Não estava preso o tempo todo e o trabalho era divertido. Isso me enche de orgulho.”
Reconhecimento e replicação
O sucesso do EcoSólidos chamou a atenção internacional, com países como Paraguai, El Salvador, Peru, Colômbia e Honduras expressando interesse em replicar o modelo. Essa expansão sublinha a eficácia dos programas não apenas na reforma prisional, mas também na contribuição para a sustentabilidade ambiental.
GeoAzul: continuando o legado
Após ser agraciado com um perdão presidencial, Ayón fundou a GeoAzul, uma ONG que emprega ex-detentos na coleta e compostagem de resíduos na Cidade do Panamá. A iniciativa demonstrou ser economicamente viável, economizando $1,2 milhão para o sistema prisional panamenho, ao mesmo tempo em que prepara os participantes para o mercado de trabalho após a libertação.