Nos últimos vinte anos, a ciência brasileira testemunhou um aumento na inclusão de mulheres. O relatório da Elsevier-Bori, intitulado “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil”, revelou que em 2022, 49% da produção científica do Brasil incluía pelo menos uma mulher como autora, marcando um crescimento de 29% desde 2002. Este avanço coloca o Brasil na terceira posição entre os países analisados pela pesquisa, superado apenas por Argentina e Portugal, ambos com 52% de suas publicações científicas creditadas a autoras.
Especialmente nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), onde a presença feminina historicamente encontrou obstáculos, o aumento foi notável, passando de 35% para 45% no mesmo período. Tal progresso é um testemunho do crescente reconhecimento e valorização das contribuições femininas nesses setores.
Dante Cid, Vice-presidente de Relações Acadêmicas da América Latina da Elsevier, celebra este progresso, observando a importância de continuar a apoiar a crescente participação feminina em todas as áreas da ciência. Ele ressalta que o aumento observado entre as pesquisadoras mais jovens é particularmente inspirador, sinalizando um futuro promissor para a ciência brasileira.
O relatório também destaca o avanço feminino em campos variados, com participações superiores a 60% em Enfermagem, Farmacologia, Toxicologia e Farmacêutica, e Psicologia. Isso demonstra uma tendência de equilíbrio de gênero cada vez maior na produção científica nacional.
Fernanda Gusmão, Gerente de Soluções para Pesquisa da América Latina da Elsevier, aponta para as iniciativas universitárias como um fator chave nesse avanço. Programas de apoio específicos para cientistas mulheres, especialmente durante períodos desafiadores como a maternidade, têm sido fundamentais para manter e aumentar a participação feminina na ciência.
A trajetória da ciência brasileira rumo à equidade de gênero é um reflexo da resiliência, dedicação e excelência das mulheres na academia. Cada passo adiante não apenas fortalece o papel da mulher na ciência, mas também serve como uma fonte de inspiração para as futuras gerações de cientistas, independentemente do gênero, que veem na equidade um pilar fundamental para a inovação e o progresso.