No Japão, um evento histórico aconteceu no Hadaka Matsuri, o Festival do Nu, realizado no Santuário Konomiya. Pela primeira vez em 1250 anos, mulheres foram permitidas a participar, rompendo uma tradição milenar. O festival, conhecido pelos seus cânticos de “Washoi! Washoi!” e pela tentativa dos participantes de afastar maus espíritos, viu a inclusão de mulheres este ano, destacando a evolução das práticas culturais e sociais no país.
Mulheres fazem história
Um grupo pioneiro, cientes da magnitude de sua participação, fez história ao promover inclusão de mulheres no tradicional festival japonês. No Japão, país que ocupa a 125ª posição entre 146 nações no índice de disparidade de gênero do Fórum Econômico Mundial, desafiar as normas de gênero é uma tarefa árdua. “As mulheres sempre estiveram nos bastidores apoiando o festival”, disse Atsuko Tamakoshi, que tem laços familiares com o evento. No entanto, a ideia de uma participação ativa foi uma novidade este ano.
A inclusão de mulheres em tradicional festival japonês
Naruhito Tsunoda, envolvido na organização, afirmou que a ausência de mulheres participantes não se devia a uma proibição formal, mas sim à falta de questionamento anterior sobre o tema. Quando a questão foi finalmente levantada, a resposta foi positiva, priorizando a diversão e a inclusão no festival. Apesar de algumas vozes na comunidade expressarem preocupação, a determinação das mulheres prevaleceu.
Participação feminina: um novo capítulo
As mulheres participaram do festival vestindo “happi”, um tipo de roupão tradicional, e bermudas brancas, carregando oferendas de bambu. Embora o tumulto tradicional masculino tenha se mantido, a inclusão de mulheres no tradicional festival japonês representou mais um passo na quebra de barreiras de gênero, mantendo viva o Hadaka Matsuri.
O desafio demográfico do Japão
Este marco ocorre em um momento crítico para o Japão, que enfrenta um rápido envelhecimento populacional e uma taxa de natalidade baixa, levantando preocupações sobre a sustentabilidade de tradições centenárias. O declínio na participação jovem já levou ao fim de outros festivais tradicionais, destacando a importância da inclusão para a preservação cultural.
Um ritual de inclusão e celebração
Lideradas por Atsuko Tamakoshi, as mulheres participaram com entusiasmo, praticando por semanas para garantir uma execução impecável. Sua entrada no pátio do santuário foi marcada por cânticos, sorrisos nervosos e uma sensação palpável de realização. Ao concluir a cerimônia com as tradicionais reverências e aplausos, a emoção da conquista era evidente, reafirmando a importância da inclusão de mulheres no Hadaka Matsuri.