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Veneno de aranha vira esperança no tratamento contra câncer

Pesquisa brasileira explora veneno de aranha como base para tratamento oncológico inovador.

Em uma jornada científica que se estende por duas décadas, uma equipe de pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Butantan, ambos situados em São Paulo, tem se debruçado sobre o potencial do veneno da aranha Vitalius wacketi, nativa do litoral paulista, como fonte para um tratamento oncológico inovador. Este esforço colaborativo mira em desenvolver um novo medicamento para combater o câncer, partindo de uma abordagem que utiliza moléculas isoladas e sintetizadas em laboratório, derivadas do veneno da aranha.

A inovação desta pesquisa reside na utilização de uma poliamina pequena, isolada e purificada a partir do veneno, que demonstrou a capacidade de induzir a morte de células cancerosas através do processo de apoptose, diferenciando-se assim dos métodos convencionais de tratamento, como a quimioterapia, que frequentemente resultam em necrose celular.

Dedicação dos pesquisadores

O ponto de partida desta pesquisa se deu há cerca de 30 anos, com expedições científicas ao litoral de São Paulo, visando a coleta de espécimes para estudo. Essas incursões, que inicialmente tinham como objetivo compreender a biodiversidade local, acabaram por lançar as bases para o desenvolvimento de um potencial tratamento contra leucemia, após a descoberta de uma atividade neuromuscular específica no veneno de aranhas do gênero Vitalius.

Fase de testes

O trabalho agora se encontra na fase de testes in vitro, onde os resultados iniciais indicam potencial para o avanço no tratamento de câncer, especificamente contra a leucemia. No entanto, a jornada para levar este tratamento inovador às clínicas ainda é longa, exigindo mais testes em células e em modelos animais antes de avançar para ensaios clínicos com humanos.

Busca por parceiros

A colaboração entre as instituições também se estende à busca por parceiros no setor farmacêutico, com o objetivo de garantir os investimentos necessários para a continuidade da pesquisa e eventual produção do medicamento. A proteção intelectual deste trabalho já foi assegurada por meio de patentes, abrangendo o processo de purificação e síntese da molécula de interesse.

Biodiversidade contribui para a ciência

Além de representar um avanço potencial na luta contra o câncer, este estudo demonstra a importância da biodiversidade brasileira como fonte inesgotável de inspiração para soluções terapêuticas inovadoras. Os pesquisadores envolvidos destacam a relevância de explorar esse patrimônio natural para o desenvolvimento de novas abordagens no tratamento de doenças, enfatizando a capacidade de sobrevivência e adaptação das espécies ao longo de milhões de anos como uma fonte valiosa de conhecimento e inovação.

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