Numa iniciativa voltada para enfrentar a crise de saúde que assola a região, o governo federal revelou hoje os planos para a construção do primeiro hospital indígena do Brasil na cidade de Boa Vista, Roraima. A medida visa fortalecer o atendimento aos povos Yanomami. Os indígenas têm enfrentado um aumento nos casos de doenças, conforme dados recentes.
Autoridades da área da saúde destacaram que a construção do hospital faz parte de uma série de medidas emergenciais para lidar com a crise na região. Portanto, houve um aumento no número de diagnósticos de doenças entre os indígenas no último ano.
Segundo informações fornecidas pelos ministérios da Saúde e dos Povos Indígenas, o aumento nos diagnósticos em 2023 revelou a necessidade de um maior mapeamento de saúde. O cenário é agravado pela presença de garimpeiros na região, apontada como uma das principais causas da disseminação de doenças entre os Yanomami.
Hospital – Boa Vista
A construção do hospital em Boa Vista busca atender às demandas de saúde da população indígena. Assim, totaliza cerca de 31 mil pessoas em aproximadamente 380 comunidades. O Secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, ressaltou a importância de estabelecer esse hospital como uma unidade de retaguarda, capaz de oferecer serviços de atenção especializada, média e alta complexidade.
Além do hospital, está prevista a implantação de um centro de referência em Surucucu, considerada uma das regiões mais estratégicas para os Yanomami. A medida visa levar serviços de saúde especializados diretamente para o território, buscando melhorar o acesso aos cuidados médicos.
A secretária de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, destacou que o governo considera 2023 como o marco zero para compreender as notificações de saúde e mortes na região, dada a falta de dados precisos até então. O aumento no número de profissionais de saúde habilitados a avaliar e notificar contribuiu para uma informação mais qualificada sobre saúde dos Yanomami.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, enfatizou a colaboração de treze ministérios em busca de soluções para a crise, incluindo um crédito extraordinário de R$ 1,2 bilhão anunciado em janeiro. Além disso, ressaltou a importância da segurança local, que contará não apenas com militares das Forças Armadas, mas também com a presença da Polícia Federal e da Força Nacional.
Outras medidas anunciadas incluem a realização de mais testes em massa para detecção de doenças. Entre eles, a criação de um centro de recuperação nutricional para crianças com desnutrição e o recrutamento de mais profissionais médicos para atuar na região. Portanto, o governo também planeja apresentar uma portaria para regulamentar a nova Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas ainda este ano.