Pesquisadores suecos estão avançando no desenvolvimento de uma ferramenta revolucionária que promete antecipar o risco de infarto com até seis meses de antecedência, utilizando apenas um simples exame de sangue. O objetivo é permitir a identificação precoce de pacientes que podem necessitar de tratamento preventivo contra-ataques cardíacos.
Os cientistas tiveram acesso a amostras de sangue de mais de 169.000 indivíduos saudáveis. Assim, dos quais 420 sofreram um infarto dentro de seis meses após a coleta. Comparando o sangue desses pacientes com o de 1.598 pessoas saudáveis, os pesquisadores identificaram 90 moléculas associadas ao risco de um primeiro ataque cardíaco.
Os resultados deste estudo foram recentemente publicados na revista Nature Cardiovascular Research. De acordo com Johan Sundström, autor do estudo e professor de epidemiologia na Universidade de Uppsala, na Suécia, as amostras de sangue já disponíveis nos registros médicos são suficientes para prever esse risco.
A ferramenta em desenvolvimento poderá calcular o risco de infarto com base em diversos dados. Entre eles, estão os níveis de colesterol HDL e LDL, a medida da circunferência da cintura, o peso do paciente, entre outros detalhes clínicos comuns em exames de sangue. Sundström acredita que essa abordagem poderá motivar mais pessoas a adotarem tratamentos preventivos.
Estudos extras
Embora, por enquanto, a ferramenta esteja restrita à comunidade científica e a profissionais de saúde interessados, os pesquisadores planejam torná-la acessível ao público no futuro. O próximo passo é estudar a fundo as 90 moléculas identificadas. Sendo assim, é importante entender melhor a relação com o risco de infarto e explorar possíveis opções de tratamento.
Contudo, Sundström enfatiza a importância de realizar estudos adicionais para avaliar a eficácia da ferramenta, bem como a capacidade de motivar as pessoas a adotarem medidas preventivas. O pesquisador expressa otimismo quanto ao potencial da ferramenta em ajudar a reduzir os casos de infarto e melhorar a saúde cardiovascular da população.